Parlamentares tem identidade de gênero reconhecida no Brasil; Embaixada dos EUA afirma que governo só reconhece “dois sexos”
Parlamentar Duda Salabert (PDT-MG) revelou, nesta quarta-feira (16/4), que o visto dela nos Estados Unidos veio como marcação de gênero no masculino. Mais cedo, a também parlamentar Erika Hilton (Psol-SP) revelou que teve a identidade de gênero alterada no visto para o país norte-americano.
Em publicação no X (antigo Twitter), Salabert conta que foi renovar o visto para ministrar um curso nos EUA quando foi informada que o visto viria no masculino.
A decisão contraria os documentos oficiais da deputada no Brasil, onde tem a identidade de gênero legalmente reconhecida.
“Essa situação é mais do que transfobia: é um desrespeito à soberania do Brasil e aos direitos humanos mais básicos”, declarou. “É uma afronta a todos os brasileiros e brasileiras que acreditam na dignidade, no reconhecimento e no direito de existir plenamente”.
Parlamentar ainda se solidarizou com Erika Hilton. Na manhã desta sexta-feira, a deputada do Psol denunciou o desrespeito ao renovar o visto para participar do evento Brazil Conference at Harvard & MIT 2025. Ela integra a oficial autorizada pela Câmara dos Deputados e deveria palestrar no sábado (19/4) no painel “Diversidade e Democracia”.
Em 2023, Hilton conta que teve o gênero feminino reconhecido no visto. A mudança ocorre após o presidente Donald Trump assinar decreto em que não reconhece pessoas trans para o país. Embaixada dos EUA no Brasil alegou que, para o atual governo, só existem “dois sexos imutáveis desde o nascimento”. Parlamentar declarou que vai acionar a Organização das Nações Unidas (ONU) para denunciar transfobia.