Brain rot: como evitar ‘apodrecimento cerebral’ pelo consumo excessivo de conteúdo

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Em um mundo onde somos bombardeados por novas informações a cada minuto, o termo brain rot (apodrecimento cerebral, em tradução livre) tem ganhado popularidade para descrever o esgotamento mental causado pelo uso excessivo de tecnologia e redes sociais.

Brain rot, segundo o neurologista Ivar Brandi, descreve um fenômeno clínico comum na sociedade ocidental contemporânea. Ainda assim, o termo não representa um diagnóstico reconhecido pelos manuais de saúde mental ou pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Psicóloga especialista em saúde mental, Marcelle Alfinito explica que o termo já existe há mais de 20 anos, mas a novidade mais recente nesse campo foi o cálculo de velocidade do pensamento humano.

Segundo uma investigação científica publicada na revista “Neuron”, atualmente, nosso cérebro processa apenas 10 bits de informação por segundo, muito mais lento do que a capacidade de processamento de dados nos anos 90, que era 32 bits por segundo, por exemplo.

“Ao longo da vida, o total de informações que uma pessoa pode aprender conscientemente caberia em um pen drive de 1GB. A pesquisa revela que o fluxo de pensamento processa uma informação de cada vez. Nós não somos multitarefas!”

De acordo com Brandi, as características do brain rot podem surgir devido ao consumo excessivo, passivo e não-crítico de conteúdos de fácil consumo na internet: “São conteúdos que não promovem uma reflexão, que não promovem um desafio cognitivo ou um aprendizado, um treinamento de uma determinada habilidade. São conteúdos criados para ter engajamento pelo engajamento.”

Algumas das características do brain rot são:

  • redução da capacidade de concentração;
  • redução da atenção sustentada;
  • aumento do risco de ansiedade;
  • angústia e depressão;
  • fadiga mental e emocional;
  • desregulação emocional;
  • episódios de irritabilidade;
  • tendência a um isolamento social;
  • baixa autoestima;
  • redução do pensamento crítico e capacidade analítica.

“É possível prevenir todo esse impacto, da distorção cognitiva e emocional causada pelo consumo excessivo de redes sociais, através de medidas relacionadas à educação digital.”

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