Com quase R$ 14 milhões investidos, escolas em Cuiabá estão abandonadas e inacabadas

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O que já foi espaço de aprendizado e de esperança para centenas de estudantes em Cuiabá, hoje dá lugar a ruínas, mato alto e insegurança. No bairro CPA 3, um prédio onde funcionaram duas escolas estaduais está completamente abandonado: sem portas, janelas ou telhado.

A estrutura chegou a receber o início de uma obra de ampliação, com placa instalada pelo governo de Mato Grosso informando um investimento de quase R$ 6 milhões, com prazo de conclusão de 360 dias, iniciado em 2022. Mas, até agora, nada foi finalizado.

“A reforma começou em 2022, mas não avançou: derrubaram portas, telhados e, até hoje, só construíram um refeitório — nada mais. Meus três filhos estudaram aqui, eu mesmo estudei aqui… E olhando como o prédio era antes, a reforma nem era necessária.”, conta Ivone Leite, técnica em educação infantil que mora no bairro há mais de 40 anos.

O local, tomado pelo matagal, hoje traz transtornos à vizinhança. Moradores reclamam do risco à segurança e do abandono por parte do poder público.

E o problema não é exclusivo da região da Morada da Serra.

No bairro Dom Aquino, outro cenário de descaso: um terreno que deveria abrigar a nova sede da Escola Estadual Santos Dumont se resume a alguns pilares de concreto, o início de uma quadra esportiva e muito mato.

A obra, segundo a placa instalada no local, também começou em 2022, com orçamento de quase R$ 8 milhões e prazo de 600 dias para entrega. Mas, assim como no CPA 3, os trabalhos foram interrompidos e o espaço virou depósito de lixo e ponto de furtos.

“Aqui havia inicialmente uma escola que funcionava em um prédio próprio, com boa estrutura e um número satisfatório de alunos. Embora apresentasse problemas comuns, especialmente no telhado, tudo corria bem. No entanto, iniciou-se uma obra que derrubou o prédio original, começou-se uma nova construção, mas ela nunca foi concluída.”, desabafa Katiane Amorim Santos, moradora e secretária.

O que seria um espaço de formação e cidadania, hoje representa abandono e frustração. A comunidade espera por respostas e providências — e cobra que o futuro dos estudantes volte a ser prioridade.

Em nota, a Seduc (Secretaria de Estado de Educação) afirmou que as duas obras estão paralisadas, no entanto, as duas escolas continuam funcionando.

Confira a nota completa:

A obra de construção da nova Escola Estadual Santos Dumont, em Cuiabá, foi paralisada devido à rescisão contratual por inexecução por parte da empresa. Em 27 de dezembro de 2024, foi publicada uma nova licitação (Concorrência Eletrônica nº 004/2024) para a construção da escola, que agora será no modelo CEI – Colégio Estadual Integrado – CEI. Por enquanto, a EE Santos Dumont continua atendendo os alunos no prédio onde funcionava a antiga UNIFACC, no bairro Dom Aquino.
No caso da reforma da EEDIEB Profª. Almira De Amorim Silva (Bairro CPA III), em Cuiabá, a obra foi paralisada pelo mesmo motivo: rescisão contratual por inexecução por parte da empresa. Com o reordenamento da rede em Cuiabá, a unidade escolar passou a funcionar no prédio que abrigava a Escola Militar Tiradentes, situada a Avenida Osasco, nº 765, Bairro CPA I.

Joice Gonçalves

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