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13 estados têm mais Auxílio Brasil do que emprego com carteira. Quais são eles

09/06/2022

Em 13 das 27 unidades federativas do Brasil o número de famílias que recebem o Auxílio Brasil é superior ao total de carteiras de trabalho assinadas. Todos os estados nessa situação ficam nas regiões Norte e Nordeste, de acordo com dados de março de 2022 do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, e do Auxílio Brasil, do Ministério da Cidadania. Naquele mês, o quadro foi observado em todos os nove estados do Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe), além de quatro dos sete estados do Norte (Acre, Amapá, Amazonas e Pará). Juntas, as duas regiões concentraram 76,3% das famílias que receberam o pagamento em março. Ao todo, o Brasil tinha 41,2 milhões de empregados formais no mês, enquanto o total de famílias que recebeu uma parcela do programa de distribuição de renda foi de 18 milhões. Havia ainda uma demanda reprimida de 1,3 milhão de famílias que não do jornal “O Estado de S.Paulo” a partir de estudo da Confederação Nacional de Municípios (CNM). Os dados do Caged referem-se a contratos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e, portanto, não incluem servidores públicos do regime jurídico único, os chamados estatutários. Em maio, a Gazeta do Povo revelou que na maioria das cidades do país o total de beneficiários do Auxílio Brasil é maior que o estoque de empregos formais. O quadro é verificado, mais precisamente, em 2.892 das 5.570 cidades do país (51,9%), também com concentração maior no Nordeste e no Norte. Em 1.695 das 1.794 de empregados com carteira assinada, o que corresponde a 94,5% dos municípios. No Norte, esse índice é de 83,5%, com 376 das 450 cidades nessa situação. O mapa a seguir mostra os estados com preponderância de beneficiários do Auxílio Brasil, e aquelas onde há maioria de empregados formais. Confira ao fim da reportagem a lista completa de estados e regiões do país com o número de beneficiários do Auxílio Brasil e empregados formais em cada um:

Total de empregados formais x benefíciários do Auxílio Brasil Dados de março/2022 nos estados brasileiros

Têm direito a receber o benefício famílias em situação de extrema pobreza, ou seja, com renda mensal per capita de até R$ 105, ou de pobreza, com ganhos de até R$ 210 por pessoa. Um trabalhador com carteira assinada pode receber o Auxílio Brasil, mas, para isso, deve se enquadrar em um desses critérios. Diretor da FGV Social e fundador do Centro de Políticas Sociais, o economista Marcelo Neri explica que Norte e Nordeste são áreas que se caracterizam por oportunidades de trabalho de mais baixa qualidade. “Não só são áreas mais pobres e que, portanto, têm mais necessidade de auxílio, como também têm uma outra face, que é onde há muito emprego informal, emprego precário” , diz. “O emprego informal explica parte desse descompasso. Não é que as pessoas não trabalham; muitas vezes elas não ganham o suficiente para sustentar suas famílias. Precisam do auxílio porque não têm oportunidade de conseguir um emprego de qualidade, produtivo e sustentável” , avalia. Para ele, a preponderância de beneficiários sobre o número de empregados revela um desequilíbrio incapaz de se sustentar no “A gente teve uma pandemia, e o emprego formal foi afetado, embora depois tenha se recuperado. Mas houve uma grande recessão e, ao mesmo tempo, o Auxílio Brasil representou uma expansão em relação ao Bolsa Família. Então não estamos falando só de uma fotografia de mais benefícios do Auxílio Brasil do que emprego formal, mas também é um pouco a tendência do que aconteceu nos últimos tempos” , diz Neri.

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