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BRASIL TERÁ ONDA DE CALOR INCOMUM E UMA DAS MAIS INTENSAS DA HISTÓRIA

10/11/2023

O Brasil será atingido por uma onda de calor histórica pelo terceiro mês seguido com marcas extremas de temperatura em vários estados e uma alta probabilidade de quebra de recordes históricos. A Meteorologia projeta temperaturas máximas muito fora do comum, mesmo em cidades habituadas a calor muito intenso, com marcas superando 10ºC a 15ºC a mais das temperaturas habituais. Os dados analisados pela Meteorologia indicam que há o potencial deste novo episódio de calor excepcional superar em intensidade os eventos históricos de calor de setembro e outubro. O que os modelos mostram de calor é tão extraordinário e fora da curva histórica que a onda de calor pode ser a mais intensa já registrada no Brasil em valores de temperatura máxima. A onda de calor já está nos seus estágios iniciais e tende a ganhar muita força durante os próximos dias. A temperatura na tarda da terça-feira atingiu 42,3ºC no município de Porto Murtinho, no Mato Grosso do Sul. No estado do Mato Grosso, a temperatura se elevou a 45ºC em Cuiabá.

Ar extremamente quente cobria o Centro e o Norte da Argentina na terça com marcas extremas em diversas províncias. De acordo com o Serviço Meteorológico Nacional (SMN), as máximas da terça no país vizinho atingiram 46,0ºC em Rivadavia; 44,9ºC em Santiago del Estero; 44,0ºC em Las Lomitas e 43,7ºC no Observatório de Córdoba. Quatro estações meteorológicas da Argentina anotaram ontem máximas recordes para novembro ou absolutas (qualquer mês do ano), Orán, em Salta, anotou 43,9ºC, nova máxima absoluta que superou os 43,7ºC de 16/10/2014, no período de observação 1958-2023. Chamical, em La Rioja, com máxima de 43,0ºC, estabeleceu novo recorde para o mês, batendo a marca anterior de 42,8ºC de 27/11/2008. A série tem registros desde 1962. A estação meteorológica do observatório de Córdoba anotou máxima na terça de 43,7ºC, um novo recorde para novembro, superando a maior marca anterior no mês de 41,5ºC em 22/11/2023. Também a estação do aeroporto de Córdoba anotou novo recorde de máxima para o mês com 43,5ºC, superando o recorde anterior mensal de 40,8ºC em 5/11/1995. Ambas estações possuem dados desde a década de 50. Também a Bolívia registrou calor extremo durante a terça-feira. A maior temperatura em estações oficiais do país vizinho alcançou 44,7ºC em Villamontes. Igualmente, o também vizinho Paraguai observou marcas extremas de calor durante a terça-feira com 44,0ºC em Pozo Colorado; 43,4ºC em Mariscal Estigarribia; 42,0ºC em Concepción; e 41,3ºC em General Bruguez. ONDA DE CALOR VAI SE EXPANDIR A PARTIR DO FIM DE SEMANA O calor mais extremo, inicialmente, atinge áreas do Centro-Oeste, como nos estados do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul. Até sexta-feira, o calor mais intenso concentra-se no Centro-Oeste e no interior de São Paulo, mas a partir do fim de semana a massa de ar quente se amplia e as máximas muito altas passam a alcançar mais áreas. Isso porque a massa de ar quente ganha força e se expande geograficamente a partir do sábado. A tendência fica evidente nos mapas abaixo com a projeção de temperatura máxima dia a dia entre esta quarta e o sábado a partir de dados do modelo do serviço meteorológico alemão (Icon).

Por isso, embora já faça calor em muitas áreas do Sudeste do Brasil entre hoje e sexta, as temperaturas se elevam acentuadamente a partir de sábado, quando as máximas vão passar dos 40ºC em várias cidades do interior de São Paulo e podem alcançar até 36ºC ou 37ºC na cidade de São Paulo. O mesmo deve ocorrer com Belo Horizonte, que pode bater em 36ºC ou 37ºC no sábado. PERÍODO DE CALOR EXTREMO SERÁ LONGO E O PIOR VEM SEMANA QUE VEM O período de temperaturas muito elevadas que está se iniciando será muito prolongado, antecipa a MetSul Meteorologia. Normalmente, ondas de calor duram entre quatro e sete dias, mas esta onda durará até dez dias ou mais em diversas cidades, podendo até completar duas semanas em alguns locais.

Os dados indicam temperatura muitíssimo acima da média no Centro do Brasil até o final desta semana. Não bastasse, a temperatura deve se elevar ainda mais durante a semana que vem com marcas extremamente altas e potencialmente recordes em várias cidades de diferentes estados. Impressiona a intensidade do calor indicado pelos modelos numéricos para a próxima semana no Centro-Oeste e no Sudeste do Brasil. Uma métrica de intensidade de uma massa de ar quente é a temperatura no nível de pressão de 850 hPa, equivalente a 1500 metros de altitude. Massas de ar quente com temperatura em 850 hPa (não em superfície) acima de 20ºC são fortes. Superiores a 25ºC são muito fortes. Valores acima de 30ºC acompanham massas de ar extraordinariamente fortes e que normalmente são vistas durante calor extremo no Sudoeste dos Estados Unidos ou no Oriente Médio. Modelos indicam até 32ºC em 850 hPa no Centro do Brasil semana que vem, o que muito raramente se enxerga em projeções para o território brasileiro. Com isso, os valores de temperatura que devem ser alcançados na próxima semana e ao redor da metade deste mês no Centro do Brasil podem ser absurdamente elevados e em níveis jamais vistos em centenas a milhares de cidades brasileiras com quebra de enorme número de recordes. O Centro-Oeste, o interior de São Paulo e pontos de Minas Gerais podem ter máximas em muitas cidades de 42ºC a 44ºC, mas com registros em algumas cidades tão altos quanto 45ºC a 46ºC ou mais. Trata-se, assim, de evento de calor muito fora do comum e potencialmente a onda de calor mais intensa a atingir o Brasil em máximas nominais desde o começo das medições meteorológicas no começo do século XX.

COMO SE PROTEGER DO CALOR EXTREMO

As recomendações dos especialistas em saúde são quase idênticas em todo o mundo diante de uma intensa onda de calor. A Mayo Clinic, uma das principais instituições médicas do planeta, tem uma série de orientações de diante de um período de calor extremo. A primeira e mais importante, beber grande quantidade de líquidos. Manter-se hidratado ajuda o corpo a suar e manter uma temperatura corporal normal. Igualmente importante é usar roupas folgadas e leves. Vestir roupas em excesso ou roupas justas não permite que o corpo esfrie adequadamente. A Mayo orienta ainda a se proteger contra queimaduras solares. As queimaduras solares afetam a capacidade do corpo de se refrescar, portanto proteja-se ao ar livre com um chapéu de abas largas e óculos de sol e use um protetor solar de amplo espectro com FPS de pelo menos 15. Os médicos da Mayo recomendam também precauções extras com certos medicamentos. “Fique atento a problemas relacionados ao calor se você tomar medicamentos que podem afetar a capacidade do seu corpo de se manter hidratado e dissipar o calor”, enfatizam. Enfatizam ainda que ninguém fique em um carro estacionado sob o sol.

Esta é uma causa comum de mortes relacionadas ao calor em crianças deixadas ou esquecidas em automóveis. Quando estacionado ao sol, a temperatura do carro pode subir mais de 10ºC em apenas dez minutos. Não é seguro, assim, deixar uma pessoa em um carro estacionado sob forte onda de calor mesmo que as janelas estejam abertas ou o carro esteja na sombra.

Recorde de calor em Cuiabá

A capital mato-grossense bateu um novo recorde de temperatura máxima e registrou o dia mais quente do ano com 41,2°C e umidade relativa do ar em 22% no dia 23 de agosto, de acordo com a medição feita pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Até o momento, essa foi a temperatura mais alta de 2023. O recorde anterior era de 40,8°C e foi registrado no dia 22 de agosto. Segundo a Agência Climatempo, a última vez que Cuiabá registrou 41°C foi em agosto de 2020.

Com influência do fenômeno El niño, calor deve ficar ainda mais intenso em MT

A população de Mato Grosso deve sofrer ainda mais com os recordes de altas temperaturas e temporais causados pelo fenômeno El Niño, apontou a meteorologista Ana Paula Paes. Segundo ela, o fenômeno deve causar efeitos até o primeiro trimestre de 2024. Ana Paula contou que, nos próximos meses, as temperaturas ficarão acima da média do que é esperado. A meteorologista afirmou que uma grande massa de ar seco esteve sobre uma extensão de parte do Brasil nas últimas semanas e fez elevar as temperaturas.

A especialista ainda explicou que quando uma instabilidade climática passa pela região e encontra uma atmosfera mais aquecida, a tendência é que ocorram tempestades e que elas fiquem ainda mais intensas.

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