Problema de pastagem e valorização do Gado no Brasil

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A degradação das pastagens pode afetar a produção de gado, o que pode impactar o valor do produto. 

As perspectivas indicaram que o mercado pecuário podertia seguir com uma oferta reduzida de carne bovina para o primeiro semestre de 2025, enquanto a demanda externa deve permanecer aquecida. A Agrifatto Consultoria destaca que esse cenário deve contribuir para valorização real, acima da inflação, para o boi gordo em 2025. 

Segundo o levantamento realizado pelo a Farmnews,  o mercado futuro do boi gordo, na B3, já está precificando essa perspectiva de valorização no preço da arroba, com o valor esperado da arroba para os vencimentos entre janeiro e maio de 2025 acima dos valores médios mensais praticados no mesmo período do ano anterior. Para o segundo semestre especialista seguem com a perspectiva de um aumento na arroba.

A Agrifatto ainda estima que os abates totalizem 37,76 milhões de cabeças, apresentando um recuo de 3,5% em relação a 2024. Consequentemente, a produção de carne bovina deve diminuir 2,6%, atingindo 9,97 milhões de toneladas. De acordo com a Conab, a projeção é de redução 1,8% a 4,3% na produção de carne no Brasil.

Ainda de acordo com o levantamento da Agrifatto, a consultoria projeta uma redução na oferta de animais para 2025, marcando o primeiro recuo anual após três anos consecutivos de expansão. “Esse cenário é reflexo da elevada participação de fêmeas nos abates nos últimos dois anos, o que resultará em uma oferta menor de animais acabados para abate”, reportou em seu relatório. 

A Scot Consultoria explicou que é preciso entender como a oferta de fêmeas deve se comportar no primeiro trimestre de 2025, uma vez que há melhor suporte das pastagens e menor necessidade de venda  – diferente da virada de 2023, para 2024.

A Scot Consultoria ainda reportou que com as chuvas regulares nos últimos meses, há espaço para o pecuarista cadenciar a oferta de bovinos terminados em pastagens e, para os bovinos confinados, que podem ter uma saída precipitada pelas chuvas, a demanda, aparentemente, dará conta dessa oferta. 

Um fator importante para o mercado é que o Brasil deverá continuar como líder mundial nas exportações de carne bovina em 2025. “Isso se deve à maior consolidação do mercado asiático, especialmente com a expansão das compras de países do Sudeste Asiático e à redução da participação dos EUA no comércio global da proteína, que, inclusive, deverão importar mais carne bovina do que em 2024”, destacou a Agrifatto. 

“Projetamos que as exportações de carne bovina in natura alcancem 2,62 milhões de toneladas, um aumento de 3,18% em relação a 2024, superando o recorde histórico alcançado neste ano”, comentou a Agrifatto. 

Com relação ao câmbio, a Scot Consultoria ressalta que a expectativa é que o dólar continue acima de R$5,50 para 2025. A carne brasileira, mesmo com preços maiores em reais, deve seguir competitiva no mercado internacional – lembrando das dificuldades vividas por nosso principal concorrente, os Estados Unidos – o que deverá manter o setor exportador brasileiro aquecido em 2025.

Já para o consumo interno, o Cepea apontou que as projeções para a economia brasileira sinalizam que o poder de compra do consumidor estará mais apertado que em 2024.

“É possível que a influência do câmbio seja ainda maior sobre os custos de produção do setor. Nestes primeiros meses do ano, a disparada do dólar no final de 2024 deve influenciar os custos”, destacou o Cepea. 

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